Nos últimos anos, o mundo tem enfrentado desafios sem precedentes com a pandemia de COVID-19. Além dos impactos diretos do vírus, como sabemos, há uma série de complicações e efeitos colaterais associados a essa doença, alguns dos quais ainda estamos descobrindo. Entre esses efeitos está a osteonecrose femoral, uma condição óssea debilitante que se tornou mais proeminente durante e após a pandemia.
O que é a osteonecrose femoral?
A osteonecrose femoral é uma condição na qual a região da cabeça do fêmur sofre um infarto ósseo, levando à morte do tecido ósseo e à interrupção do suprimento sanguíneo nessa área. Essa condição é comparável a um infarto do miocárdio no coração, mas ocorre no osso, resultando em uma série de complicações que podem afetar drasticamente a qualidade de vida dos pacientes.
Causas e fatores de risco:
Uma das causas mais preocupantes da osteonecrose femoral é a própria pandemia de COVID-19. Durante o tratamento da doença, muitos pacientes receberam doses elevadas de corticoides, medicamentos que demonstraram estar associados a um aumento do risco de osteonecrose. Além disso, o COVID-19 em si pode causar um estado de hipercoagulabilidade no corpo, aumentando ainda mais o risco de desenvolver essa condição.
Além do COVID-19, outros fatores de risco incluem o uso abusivo de corticoides em outras condições médicas, como doenças respiratórias, alcoolismo, uso de drogas e infecção por HIV. Identificar esses fatores de risco é crucial para um diagnóstico precoce e intervenção eficaz.
Sintomas e diagnóstico:
Os sintomas da osteonecrose femoral podem ser sutis no início, mas eventualmente se manifestam como dor no quadril, especialmente na região da virilha. No entanto, é importante notar que a doença pode progredir sem sintomas iniciais, tornando o diagnóstico precoce desafiador. Os médicos devem estar atentos aos sintomas e fatores de risco ao avaliar pacientes, especialmente aqueles com histórico de COVID-19 e uso de corticoides.
Tratamento e prevenção:
O tratamento da osteonecrose femoral pode variar dependendo do estágio da doença. Em estágios avançados, a substituição total da articulação afetada por uma prótese de quadril pode ser necessária para restaurar a função e aliviar a dor. No entanto, a prevenção é fundamental, e isso inclui monitorar de perto os pacientes que receberam corticoides em doses elevadas durante o tratamento de COVID-19 e implementar estratégias para reduzir o risco de osteonecrose.
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Este texto foi criado a partir de uma transcrição de um corte do podcast Nossa Coluna, apresentado pelo Dr. José Machado e que vai ao ar toda terça-feira no canal do Nossa Coluna no Youtube.
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